Restauração de edifício na Paulista combina tecnologia e cultura coreana

Pórticos de madeira laminada e referências ao estilo hanok marcam o projeto arquitetônico do edifício que abriga o novo Centro Cultural Coreano; obras foram executadas em 120 dias

A construção original é de 1973. O nome é uma homenagem ao imigrante italiano e empreendedor Pedro Biagi. Foi esse edifício instalado no número 460 da Avenida Paulista o símbolo escolhido para ser um marco na afirmação do estreitamento dos laços do Brasil com a Coréia, no ano em que as relações diplomáticas entre os dois países completam 60 anos.

O prédio foi restaurado para abrigar o Centro Cultural Coreano, com uma área de 900 m2. O projeto arquitetônico é assinado pelos escritórios de arquitetura Padovani Arquitetos e Oliveira Cotta. As duas empresas parceiras venceram o concurso ao apresentarem um projeto que reúne toda a tecnologia necessária para receber o Centro Cultural Coreano e fortes referências à cultura e arquitetura coreanas. A execução do projeto arrojado ficou por conta da Temon Serviços.

O projeto vencedor foi fruto de uma profunda pesquisa sobre a cultura coreana, realizada com a participação do designer coreano Kira Kim. Ao mesmo tempo que devia remeter ao estilo de construções tradicionais da Coreia, a construção deveria atender às necessidades do Centro Cultural, especialmente em relação à tecnologia necessária para receber a intensa programação de shows, exposições e atividades educacionais.

Desafio duplo para equipes de arquitetos e construtores. “O projeto faz uma releitura de elementos presentes nas construções tradicionais coreanas como, por exemplo, as casas no estilo hanok. Essas moradas contam com pilares e caibros de madeira à mostra, muxarabis e pátios internos com uso múltiplo”, destaca o arquiteto Lucas Padovani, um dos responsáveis pelo projeto.

O espaço recebeu pórticos de madeira laminada que criam uma relação marcante com a rua e valorizaram o pé-direito duplo. Bancos de madeira de linhas minimalistas, tela perfurada metálica, cores sóbria revelam a influência da arquitetura do país oriental.  “Os pórticos sequenciais de madeira laminada permitem uma perspectiva interessante de quem olha o ambiente pela avenida paulista e, ao mesmo tempo,  destacam e organizam, internamente, áreas de exposições, além de reforçarem os efeitos de iluminação indireta”,  detalha Padovani.

O projeto buscou aproveitar elementos que já compunham o conjunto de estilo modernista, construído na década de 1970. Um exemplo é a grande varanda com pé direito duplo na área frontal do edifício, transformada em hall de entrada. “A transparência dos elementos da sua envoltória cria uma conexão com a área externa, convidando o público a entrar e conhecer o espaço”, ressalta João Oliveira, sócio do Oliveira Cotta Arquitetura. Já o pavimento superior é todo permeado por um forro de madeira ripada, que marca o espaço aberto da biblioteca.

Para Antônio Cociolito, engenheiro e diretor da Temon Serviços, empresa que executou a obra, um dos principais desafios foi o prazo muito curto para execução de um trabalho denso, com acabamentos sofisticados: 120 dias. “Foi um projeto inovador, que contemplou equipamentos modernos de ar-condicionado, tratamento acústico sofisticado pórticos e vigas de MLC (madeira laminada colada), portas acústicas, divisórias retráteis e  modernos sistemas digitais de realidade virtual onde os visitantes podem interagir com a cultura coreana , além  video-walls de última geração”, diz o engenheiro.

Centro Cultural Coreano

Endereço: Avenida Paulista, 460, Bela Vista

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