ONU Mulheres apresenta em SP ferramenta para medir igualdade de remuneração nas empresas
Fonte: ONU Brasil
A ONU Mulheres apresentou durante o Fórum WEPs 2019 – Princípios de Empoderamento das Mulheres, realizado esta semana em São Paulo (SP), a versão em português de uma ferramenta de análise que permite às empresas medir a igualdade de gênero em seus negócios.
A Ferramenta de Análise de Lacunas dos Princípios de Empoderamento das Mulheres (WEPs, na sigla em inglês) pode ser utilizada uma vez por ano, é gratuita e confidencial. No mundo, mais 1.835 companhias já utilizaram a ferramenta em 115 países.
No Brasil, o instrumento está disponível em Português para download pelo link https://weps-gapanalysis.org/.
“Igualdade de gênero é sinônimo de bons negócios e, por isso, estamos aqui reunidos e reunidas para reafirmar nosso compromisso de incorporar, junto às empresas, as melhores práticas de equidade de gênero e empoderamento das mulheres no ambiente de trabalho”, afirmou Maria-Noel Vaeza, diretora regional da ONU Mulheres para América e Caribe, durante o primeiro dia do Fórum.
A diretora ressaltou também que a busca por equidade de gênero pode e deve ser feita de maneira correta e acelerada.
No Fórum WEPS, que aconteceu em 8 e 9 de outubro, foi estimulado o investimento das empresas em autoconhecimento para a elaboração de planos de ação, a exemplo do que fizeram 181 companhias na primeira fase do Prêmio WEPs.
Muitas empresas precisam melhorar o problema das diferenças salariais entre homens e mulheres que exercem as mesmas funções. No Fórum WEPs, foi lançada a ferramenta Diagnóstico de Igualdade de Remuneração (DIR), para ajudar as empresas a tratarem do tema.
Outro destaque do dia foi a apresentação do estudo da “Heads”, sobre a representatividade de gênero e de raça na publicidade brasileira. Foram analisados mais de 20 mil comerciais de TV e 5 mil posts no Facebook.
Cerca de 70% dos homens e mulheres retratadas em campanhas publicitárias são brancos e brancas. A respeito do protagonismo em produções de TV, houve uma piora em relação à pesquisa anterior, com uma queda de 32% do número de mulheres negras e de 23% dos negros protagonistas desde fevereiro de 2019 em relação ao mesmo período de 2018.
O estudo também revelou que as mulheres são duas vezes mais estereotipadas que os homens, normalmente relacionadas a padrões de beleza dominantes, em contexto sem diversidade racial e como responsáveis pelos cuidados da família e do lar.
A série de eventos promovidos por ONU Mulheres, Rede Brasil do Pacto Global, Organização Internacional do Trabalho (OIT) e União Europeia foi encerrada na quinta-feira (10). Na sequência teve início seminário internacional para promover o financiamento inovador por meio do investimento inteligente em gênero.