Educação não formal pode ser ferramenta para ampliar competências da juventude
Fonte: ONU Brasil
A educação que fornece habilidades e conhecimento para uma vida inteira, mas não necessariamente passa pelos currículos e sistemas tradicionais de ensino, é tema de evento que ocorre até esta quarta-feira (11), no Rio de Janeiro (RJ).
O Fórum Mundial de Educação Não Formal é organizado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Organização Mundial do Movimento Escoteiro.
Na abertura do fórum, na segunda-feira (9), a representante do UNFPA no Brasil, Astrid Bant, reforçou a importância deste tipo de educação como forma de empoderamento e alcance de direitos para a juventude.
“Acreditamos em um mundo em que pessoas jovens tenham conhecimento sobre seus corpos, e habilidades para a vida que permitam que elas façam uma transição saudável para a vida adulta. Essas são as ferramentas que vão possibilitar que tomem atitude para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. E sabemos que isso vai muito além das capacidades do sistema de educação formal”, lembrou Bant.
“O UNFPA vê a educação não formal como uma importante plataforma para levar à juventude informações e habilidades que permitam com que façam escolhas melhores sobre seus corpos, suas vidas e seu mundo.”
O mundo tem atualmente a maior população de jovens de sua história: 1,8 bilhão. A representante do UNICEF no Brasil, Florence Bauer lembrou que 253 milhões desses jovens estão fora da escola, sem treinamento ou emprego. Ao mesmo tempo, há intensas mudanças nas sociedades e economias, com rápida evolução das tecnologias e novas exigências do mercado de trabalho.
“Nesse contexto, a educação não formal desempenha um papel crucial em promover oportunidades de educação e aprendizado para quem não está na educação formal, não teve oportunidade de desenvolver plenamente suas competências de letramento ou deseja continuar aprendendo”, destacou Florence. “Certamente, o sistema de educação não formal deverá ser fortalecido, incluindo percursos flexíveis de aprendizagem, numa abordagem mais duradoura.”
Movimento escoteiro
Um dos exemplos de organização de educação não formal é o movimento escoteiro, que organiza o evento. Conforme lembrou o presidente do Comitê Escoteiro Mundial da Organização Mundial do Movimento, Craig Turpie, a educação não formal garante capacidades e conhecimentos, além de pensamentos críticos.
“É tudo sobre pessoas jovens sendo protagonistas do desenvolvimento e de suas trajetórias. O que aprendemos é sobre desenvolver habilidades, fazer escolhas e agir”, afirmou Craig.
Neste ano, o UNFPA firmou uma parceria, a nível global, com a Organização Mundial do Movimento Escoteiro, que resultará no desenvolvimento de projetos em conjunto, com objetivo de fortalecer o mandato do UNFPA, especialmente em relação à saúde e participação das pessoas jovens nos temas que envolvem a estratégia global de juventude, “Meu Corpo, Minha Vida e Meu Mundo”.
O evento
O Fórum Mundial de Educação Não Formal reúne mais de 350 especialistas especialistas internacionais em desenvolvimento juvenil para discutir como promover a autonomia da maior geração de jovens que o mundo já viu.
Primeiro evento desta categoria, o fórum tem como objetivo explorar como as organizações podem acompanhar as últimas tendências da educação não formal, também como contribuir para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), presentes em todas as agendas globais. O evento conta com a participação de quase 400 pessoas, e ao menos 100 delas são jovens lideranças.
“O Fórum é um marco importante dentro desta parceria com o Escotismo Mundial, e nós acreditamos que somos mais fortes juntos, em um mundo em que a solidariedade rumo a um mundo melhor é mais necessitada do que nunca”, lembrou Astrid, da UNFPA.
Para Florence Bauer, do UNICEF, o Fórum é uma “oportunidade única para um rico intercâmbio de boas práticas realizadas ao redor do mundo, para discutir e identificar estratégias de como fortalecer a educação não formal e a garantia do direito à educação de cada jovem, sem deixar ninguém para trás.”